As agências do Banco do Brasil e do Bradesco do município de Amargosa (a 235 km de Salvador) foram assaltadas ao mesmo tempo por volta das 11h desta quarta, 29. Cerca de 20 homens, fortemente armados e encapuzados, usando luvas, roupas do Exército e coletes à prova de balas, chegaram à cidade em dois carros roubados, uma Toyota Hilux prata e um VW Crossfox preto. Divididos em dois grupos, eles invadiram as agências e fizeram clientes e funcionários dos dois bancos de reféns.
Antes de fugirem da cidade, os criminosos atiraram em uma viatura da Polícia Civil, furando os pneus, e colocaram alguns reféns na frente das duas agências assaltadas. O pânico instalou-se nas imediações da Praça Lourival Monte, no centro do município, no momento da ação, que durou uma hora.
Segundo populares, os bandidos dispararam tiros para o alto, quebrando as câmeras do sistema de segurança instaladas na praça, assim como as portas giratórias dos bancos. Ninguém se feriu.
Esta é a terceira vez que o Banco do Brasil de Amargosa é assaltado, sendo duas no ano passado. O Bradesco sofreu o segundo ataque, o primeiro este ano.
Terror - Clientes e funcionários se jogaram ao chão. Sete pessoas que estavam no Banco do Brasil e quatro no Bradesco – incluindo clientes, gerentes, seguranças e funcionários das instituições – foram levados como reféns. Os grupos acabaram libertados, duas horas depois, na Fazenda Timbó, na zona rural do município, a 30 km de Amargosa. A região dá acesso à BR-116, próximo ao município de Brejões (a 271 km da capital).
As pessoas, depois de libertadas pelos criminosos, foram socorridas por motociclistas e motoristas que passavam pelo local em que foram deixadas.
Segundo o que ficou apurado pela polícia, durante a fuga de Amargosa, os bandidos trocaram quatro vezes de veículo, chegando a incendiar os carros que eram deixados para trás, atravessados no meio da estrada e sobre pontes. A estratégia foi usada como forma de obstruir a passagem das viaturas policiais, em uma clara mostra de que o crime foi planejado de forma meticulosa.
Testemunhas - “Se a polícia chega à praça da cidade na hora em que os criminosos estavam agindo, ia ter morte”, opinou o conselheiro tutelar do município Renato Araújo.
A testemunha contou ao A TARDE que “foi uma grande correria”. O conselheiro tutelar também destacou o clima de insegurança: “Está todo mundo com medo por aqui, porque a qualquer hora pode ocorrer tudo isso de novo”.
O empresário Adalberto Barreto teve a caminhonete Hilux levada pelo bando. “Eu estava chegando à agência justamente na hora do assalto. Foi quando oito homens encapuzados, que estavam na porta do banco, me abordaram. Eles pegaram a minha caminhonete para fugir com os reféns e depois a queimaram”, lamentou.
Casal - O casal Tim e Eronilda dos Santos, que são de Elísio Medrado (município localizado a 224 km de Salvador), estava apavorado. O filho deles, Cláudio Alberto dos Santos foi levado como refém. “Ficamos desesperados. Os bandidos pegaram o nosso filho e não pudemos fazer nada”, relembrou a dona de casa.
Segundo Eronilda, Cláudio estava em uma das caminhonetes, enquanto os assaltantes atiravam para o alto. “Meu filho nasceu de novo, graças a Deus”, disse ela, depois que o rapaz foi liberado.
O segurança de uma das agências contou que os bandidos usavam armas de grosso calibre: “Eles estavam com fuzis, metralhadoras, submetralhadoras e pistolas”. Informações do Site Atarde.