A reportagem do jornal “O Estado de São Paulo” esteve em Feira de Santana, nas últimas horas. O diário paulista afirma que a cidade detém os maiores índices de homicídios do Brasil. E afirma que, neste período de greve dos policiais militares, Feira concentra 20 dos assassinados ocorridos no Estado. A reportagem denuncia ainda que estão ocorrendo saques em residências em pelo menos quatro bairros da periferia, por parte de encapuzados. Leia o texto publicado no site do “Estadão”.
EM FEIRA DE SANTANA, EXÉRCITO NÃO EVITA SAQUES EM CASAS DA PERIFERIA

Os bandidos também levaram carros que estavam nas garagens de algumas casas. Feira de Santana, a segunda maior cidade baiana, com 683 mil habitantes, já concentra 20% dos homicídios registrados no Estado e recebeu cerca de 300 soldados do Exército desde sábado. Nenhum policial está trabalhando na região, cujos índices de homicídios são os maiores do Brasil.
Mas a população reclama que bandidos passaram a fazer arrastões nos bairros, onde não existe policiamento das Tropas Nacionais. Após novo arrastão na segunda-feira, o comércio também manteve as portas fechadas. As ruas da cidade, um dos principais entrepostos comerciais do Nordeste, permanecem desertas. Em um táxi de Salvador, a reportagem foi duas vezes alertada por pedestres para não permanecer na cidade, porque o carro já estava visado pelos criminosos.
"Tá todo mundo sabendo que tem um táxi de Salvador rodando na cidade, é melhor vocês irem embora logo. Não dou 30 minutos pra levarem o carro de vocês", alertou o camelô Anderson Silva Lima, de 21 anos.
Ele contou que homens encapuzados também bateram à porta de sua casa na madrugada exigindo dinheiro. "Dei R$ 30 e eles foram embora. Achei que iam roubar minha TV nova igual fizeram com o vizinho, que estava sem trocado", disse o morador do bairro Queimadinho, um dos mais violentos de Feira de Santana.
O transporte coletivo está parado e todas as escolas da cidade estão fechadas. Vendedores de todo o Nordeste que usam Feira de Santana como "base" para seus negócios também estão sem trabalhar, com medo dos assaltos.
Rastro. O medo também cerca a população de municípios vizinhos a Feira de Santana, como Simões Filho e Amélia Rodrigues. Carros queimados no acostamento da BR-324 também podem ser observados entre Salvador e o interior baiano.