Pesquisadores do Centro de Excelência em Parkinson e Desordens do Movimento da King’s College London, em Londres (Reino Unido) acreditam ter encontrado ter encontrado as pistas do surgimento do mal de Parkinson no cérebro humano.
O artigo, de junho de 2019 e que foi publicado na renomada revista científica Lancet Neurology, revela a identificação dos primeiros sintomas da doença. O estudo foi feito em voluntários dentro da zona de alto risco para desenvolvimento da doença e seus indícios foram encontrados em uma faixa etária média de 15 a 20 anos, bem antes das ocorrências mais comuns das primeiras manifestações dos sintomas.
A resposta está na detecção de disfunções dos sistemas de serotonina, neurotransmissor que, entre outras funções, é responsável pela sensação de bem-estar no cérebro.
De acordo com os pesquisadores, este é o alerta precoce para o surgimento do mal de Parkinson. Em um grupo de 25 voluntários saudáveis, as alterações dos níveis de serotonina foram encontradas em jovens entre 20 e 30 anos de idade.
Sintomas que vão além dos tremores também servem de alerta
Por se tratar de uma doença neurológica progressiva, o mal de Parkinson afeta majoritariamente pessoas da terceira idade. Os sintomas começam a se instalar quando as células nervosas que produzem a dopamina (substância química responsável pelo controle dos movimentos musculares), começam a ser destruídas lenta e progressivamente.
É então que os sinais mais comuns do Parkinson começam a se manifestar, como os conhecidos tremores, rigidez muscular e movimentos mais lentos e difíceis. Mas estes não são os únicos sintomas da doença, de origem ainda misteriosa e sem cura.
Existem ainda outras falhas do sistema nervoso que podem ser sinais precoces da manifestação do mal de Parkinson, surgindo até 10 anos antes do diagnóstico:
Depressão
Como detectado na pesquisa, a ligação entre as disfunções na produção de serotonina estão aliadas à perda da produção da dopamina e sua consequente perda do controle dos movimentos. Este sintoma prévio merece atenção: de acordo com dados da Organização Panamericana da Saúde, mais de 300 milhões de pessoas sofrem deste mal.
Prisão de ventre
A dopamina que atua tronco encefálico também está ligada ao funcionamento do sistema excretor. Segundo artigo publicado na Medscape, a constipação é um sinal precoce do mal de Parkinson, constantemente detectado em pacientes antes do diagnóstico da doença.
Falta de equilíbrio
Além dos tremores e da rigidez muscular, os neurotransmissores comprometidos pelo mal de Parkinson também afetam o equilíbrio do corpo, pois o cérebro vai perdendo gradativamente a capacidade de orquestrar os movimentos voluntários e involuntários do corpo.
Disfunção erétil
O sistema nervoso autônomo, responsável por nossos movimentos involuntários, também é comprometido pela falta de dopamina desencadeada pelo Parkinson. Além de outras funções inconscientes como batimentos cardíacos e respiração, a doença também afeta a respostas aos estímulos que provocam a ereção peniana.
Principais tratamentos para o Mal de Parkinson
A busca pela cura da doença mobiliza um exército de pesquisadores ao redor do mundo. Até o momento, o mal de Parkinson é incurável e seu tratamento é baseado em medicações específicas e terapias de reabilitação que ajudam os pacientes a manter sua qualidade de vida pelo maior tempo possível:
- Medicamentos: estimulantes de dopamina, antidepressivos e estimulantes da cognição.
- Terapias de reabilitação: fisioterapia neurológica, específica para pacientes com Parkinson. Auxilia no controle da rigidez muscular e nas instabilidades posturais.
- Neuroestimulador: conhecido como ECP (Estimulação Cerebral Profunda): trata-se da instalação de uma espécie de marcapasso cerebral, capaz de transmitir estímulos elétricos ajustáveis no cérebro.