O Comitê Olímpico Brasileiro
(COB) tem sido ousado com as previsões para os Jogos Olímpicos de 2016.
Os
dirigentes brasileiros almejam 27 medalhas na participação nacional na
mais
importante competição esportiva.
Os esportes que distribuem variadas
premiações
são apontados como carros-chefes. Entre eles está o boxe, e é nesta
modalidade que a Bahia tem sua maior força.
Sem Yamaguchi e Esquiva
Falcão, os principais nomes
brasileiros no esporte para a disputa olímpica são três baianos: Robson
Conceição, Robenilson de Jesus e Adriana Araújo - isso porque Everton Lopes
decidiu migrar para o boxe profissional neste começo de ano.
Os integrantes do trio de
ferro da Bahia despontam como os principais pugilistas brasileiros. Robson e
Robenilson são mais do que realidade no masculino. No feminino, Adriana Araújo
- medalhista olímpica em Londres - retornou à seleção após dois anos de
afastamento e volta a lutar em alto nível.
Como em 2014 não houve um
mundial da categoria, fica difícil determinar com exatidão o nível dos
brasileiros em relação aos concorrentes mundiais. Entretanto, o ranking da Associação
Internacional de Boxe Amador (AIBA) pode ser um termômetro. Nele, todos os três
estão entre os dez primeiros colocados - sendo que Robson é o líder no 60 kg.
Dois dos promissores
boxeadores olímpicos têm um passado em comum antes do boxe. Tanto Robenilson
quanto Adriana tentaram trilhar a carreira pelos gramados do futebol. Os dois,
inclusive, chegaram a vestir a camisa do Esporte Clube Vitória e treinar na Toca
do Leão. No entanto, nos dois casos, fatores externos atrapalharam, e a chuteira teve de ser
pendurada previamente.
Morador da Fazenda Grande do
Retiro, Robenilson esteve nas divisões de base do Leão por dois anos. O
vermelho e preto do uniforme foi comum entre os 12 e 14 anos. Era um meia e
chegou a receber uma proposta para jogar no Cruzeiro. Além disso, poderia
disputar uma competição na China. Rejeitou as duas possibilidades por causa da
mãe.
- Ela tinha medo. Ficava
perguntando: “Vai sozinho? De menor e vai viajar?”. Por outro lado foi até bom,
porque a gente não sabe o que poderia acontecer - comenta o pugilista.
Afastado da bola, Robenilson
não demorou muito até encontrar um outro esporte. A migração para o boxe
aconteceu através de um amigo, que treinava em uma academia e dava aulas
gratuitas na comunidade. Foram apenas três meses de treinamento para participar
do Campeonato Baiano de 2006, do qual foi campeão. Assim como aconteceu com Robson
Conceição, o encontro com Luiz Dórea se deu no Campeonato Brasileiro
de 2007, realizado em Salvador. A partir dali, a carreira deslanchou.
A mãe, que temia as
surpresas da vida no mundo do futebol, não reclamou do novo esporte, mas tem
suas observações.
Fonte/Foto: Globo Esporte.