A deficiência pode ser para muitos uma barreira, mas para outros pode
ser a inspiração para lutar por uma qualidade de vida melhor.
É o que
acontece com a enfermeira Sarah Oliveira, 42 anos, que sofreu um
acidente de carro há 10 anos ficou paralítica e conseguiu renovar a
vontade de viver através da handbike (ciclismo adaptado). Ela, que
reside na cidade de Cruz das Almas, foi selecionada para participar das
Paraolimpíadas do Rio de Janeiro em 2016.
Sarah formou-se em Enfermagem e tinha uma vida ativa, onde dividia o
tempo entre a profissão e as tarefas do lar como esposa e mãe de uma
garota que tinha 12 anos na época. Em 2005, a enfermeira sofreu um
acidente de carro nas proximidades da barragem Pedra do Cavalo, e teve
paralisia das pernas. O veículo estava sendo dirigido pelo marido de
Sarah. Ele perdeu o controle em uma curva fechada e caiu numa
ribanceira.
Mesmo presa a cadeira de rodas, Sarah ainda buscou trabalhar como
enfermeira, mas depois de um tempo teve de se aposentar por invalidez.
Apesar da adversidade, a para-atleta continuou se dedicando às tarefas
domésticas. "Eu tinha uma filha e não podia desistir de viver e por isso
segui adiante fazendo as tarefas de casa e me dediquei ao artesanato
como forma de passar o tempo porque na verdade eu nunca fui de ficar
parada e me angustiava o fato de me ver presa àquela situação", lembra.
Pouco tempo depois, Sarah conheceu, através de uma revista, a handbike:
um tipo de bicicleta pedalada com as mãos, em posição sentada (passeio)
ou deitada (esportiva). Adequada a pessoas com deficiência ou com
mobilidade reduzida, possui muitas semelhanças com uma bicicleta
tradicional do tipo reclinada, tendo como diferenças fundamentais a
estrutura de três rodas e, claro, a posição dos pedais. "A minha amiga
Cris levou a revista e aí pude conhecer a Vanessa Pimentel e a Danielle
Nobile que são atletas na mesma condição minha e pensei 'por que não ser
como elas?'. Passei então lutar para comprar a minha, mas como era
cara. Tive a ajuda de amigos e familiares e realizei o sonho de ter a
minha bicicleta", afirmou Sarah.
MUDANÇA
Com a handbike, Sarah Oliveira conta como a sua vida passou por
diversas transformações. "Como eu havia me separado há cinco anos,
passei a sofrer de insônia. Sem sono passava a noite toda cozinhando ou
fazendo artesanato. Os vizinhos passavam a noite sentindo o cheiro de
feijão e outras coisas que eu cozinhava. Agora com a handbike voltei a
ter um sono regular e não tem um dia que eu não pedale. Acordo cedo dou
minhas pedaladas, volto para casa, cuido de dois cachorros que tenho,
além de fazer as minhas coisas de casa", conta.
Mas as pedaladas somente não eram suficientes para esta atleta, que foi
convidada para participar do I Cicloturisimo, onde teve oportunidade de
pedalar com ciclistas normais e fazer novas amizades como Sandra Regina
Sampaio, que passou a ser sua técnica e maior incentivadora para que
ela participasse de competições. "Foi através dela que consegui fazer a
seleção e passar para ser uma das representantes do Brasil nas
Paraolimpíadas em 2016. Isso já é uma grande motivação para que eu
continue praticando esporte, sem falar que através do dele confirmo a
liberdade que tenho apesar da deficiência e sou muito feliz", disse
Sarah.
Uma das maiores alegrias da atleta é saber que pode através do seu
exemplo ajudar outras pessoas a se motivarem e lutarem por uma qualidade
melhor de vida. "Tudo o que está acontecendo é um plano de Deus. Fiquei
sem o movimento das pernas, mas em compensação ele me deu esta condição
e quero dizer a todos que a limitação maior quem cria, somos nós
mesmos, porque se acreditamos em Deus e confiamos nele, podemos tudo.
Foi isso que disse a um cadeirante que conheci quando passava pedalando
em um bairro. Ele estava na porta da casa dele quando passei", afirmou.
Ela já tem presença confirmada no Pedal da Imprensa, evento ciclístico
que vai acontecer em Feira de Santana no próximo dia 11 de outubro.
TREINOS
Com a aprovação para participar das Paraolimpíadas, Sarah Oliveira divide o seu tempo entre os treinamentos na pista de 8 km no campus da URFB e exercícios aeróbicos na academia. "A minha luta agora é para conseguir patrocínio para a manutenção da bicicleta, que não é barata, já que conto com outras coisas como suporte de nutricionistas e fisioterapeutas para fazer meu trabalho. Mas ainda preciso de outros apoios para manter o meu suporte de treinamentos", conta a atleta.
Embora enfrente estes contratempos, Sarah Oliveira não esmorece. "Sei que ainda tenho muito que fazer até chegar às Paraolimpíadas. Muita gente ficaria pensando que não vai dar certo, mas não é o meu caso. Sou positiva e vou me preparando porque sei que vai dar tudo certo no final", declara Sarah Oliveira.
TREINOS
Com a aprovação para participar das Paraolimpíadas, Sarah Oliveira divide o seu tempo entre os treinamentos na pista de 8 km no campus da URFB e exercícios aeróbicos na academia. "A minha luta agora é para conseguir patrocínio para a manutenção da bicicleta, que não é barata, já que conto com outras coisas como suporte de nutricionistas e fisioterapeutas para fazer meu trabalho. Mas ainda preciso de outros apoios para manter o meu suporte de treinamentos", conta a atleta.
Embora enfrente estes contratempos, Sarah Oliveira não esmorece. "Sei que ainda tenho muito que fazer até chegar às Paraolimpíadas. Muita gente ficaria pensando que não vai dar certo, mas não é o meu caso. Sou positiva e vou me preparando porque sei que vai dar tudo certo no final", declara Sarah Oliveira.
Fonte: Folha do Estado.