"Lula, o Filho do Brasil", o filme sobre a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode influenciar a eleição presidencial deste ano, segundo reportagem divulgada nesta terça-feira pelo jornal norte-americano "The New York Times".
"A história (do filme) termina antes da carreira política de Lula decolar. Mas isso não impediu políticos e outros críticos de questionarem as intenções dos produtores, que lançaram o filme durante um ano de eleições presidenciais", diz o texto (em tradução livre).
A reportagem destaca que, apesar de Lula ser impedido de disputar nova reeleição, ele espera transferir sua popularidade à escolhida para sucedê-lo, a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef.
"Além de qualquer ajuda para Dilma, que tem lutado para aumentar o reconhecimento do seu nome, analistas políticos veem o filme como parte da reconstrução do ‘mito Lula'', o que pode ajudá-lo a retornar ao poder em 2014", alega o jornal.
A reportagem, assinada por Alexei Barrinuevo, questiona dois pontos na história de Lula que foram modificados: o primeiro é a omissão do fato de que Lula, aos 29 anos, abandonou sua namorada, Miriam Cordeiro, grávida de seis meses. Ela teria ameaçado entrar com processo, alega o produtor.
Houve ainda, no filme, a substituição da bebida preferida do presidente, a cachaça, pela cerveja, algo que teria ocorrido supostamente a pedido de um patrocinador.
O artigo lembra que a produção não recebeu incentivos oficiais, porém o financiamento de "Lula, o Filho do Brasil", levanta outras questões. "Alguns críticos alegam que os patrocinadores podem estar procurando favores do governo, já que será iniciado um grande período de obras de infraestrutura com a organização dos Jogos Olímpicos de 2016".
Por fim o repórter, que acompanhou a exibição de "Lula, o Filho do Brasil" comentou:
Aqui em Santo Antonio de Jesus, no interior menos afluente do Brasil, o público parece receptivo. Almeida, que vai votar pela primeira vez neste ano, disse que o filme deu a ela maior apreciação do presidente. "Vou votar na Dilma neste ano porque quero ver o país continuar no caminho que está", disse ela. "Não sei muito sobre ela, preciso saber mais, mas ouvi dizer que ela tem uma história política similar à do Lula, que ela lutou muito como ele."
Com informações do Portal UOL